Que raio de vida...
A vida de professor em "início de carreira" (alguns já com muitos, muitos anos nesta profissão) não é nada fácil... Por vários motivos. Querem saber quais? Fartos de os saber estão vocês, no entanto, cá vão eles (só para massacrar):
- Todos os anos mudamos de casa, quarto, cubículo... Uma adaptação tanto mais lixada quando a relação qualidade/preço é claramente tendenciosa (sempre para o preço... vocês sabem do que falo). Normalmente um espaço altamente "ranhoso", pois como chegamos na "última vaga" apanhamos com aquilo que ninguém quer;
- Todos os anos apanhamos sempre com os piores horários (basicamente o refugo, a ganga...). Obviamente que temos de nos mostrar agradecidos por aquela valente m...aravilha e dar graças a Deus que estamos a trabalhar. Aliás mostramo-nos tão agradecidos que chegados a casa, pensamos: Ao ponto onde cheguei!;
- Todos os anos dão-nos a possibilidade de escolha da turmas. Pois, pois... Quando existe essa escolha, é entre as turmas más, muito más, péssimas e caóticas lá da escola. Mas lá as aceitamos com um sorriso de quem humildemente acha aquilo uma grande injustiça;
- Todos os anos (ou quase) é-nos atribuído o cargo de Director de Turma. Normalmente a mais problemática, a que tem mais participações disciplinares por aluno, a que tem encarregados de educação complicados (agressivos mesmo, para quê ser modesto nas palavras);
- Todos os anos (em igual proporção aos anos em que somos directores de turma) é-nos "empurrado" um secretário. Secretário este que se demonstra maravilhosamente inútil (normalmente alguém da "casa") e com uma vontade tão grande de trabalhar quanto a necessidade de levantar da cama com uma lambada na cara quando acordamos;
- Todos os anos somos tratados por alguns colegas (que se auto intitulam "a elite") como escravos pessoais. Claro que para cairmos nas boas graças, nada de levantar ondas. A vontade de criar um "tsunami" por vezes é grande, mas "filosofia zen" é solução (ou não);
- Todos os anos levamos sempre com as famosas "bocas" de quem nada percebe (ou sequer quer perceber) mas que se acha na posição de opinar. Ganhamos bem, não fazemos nada... Enfim uma vida de "lorde"! Inicialmente até começava a "disparatar", mas com o "calo" passei a ignorar;
É somente um desabafo, mas que creio que muita gente se vai identificar com esta descrição. Se isso não ocorrer, só tenho uma coisa que vos posso dizer: SORTUDOS!
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