Bastonadas...
Isto está a ficar bonito... Começamos com umas bastonadas psicológicas infligidas pela ministra da educação e alguns elementos (bem na realidade é só um, mas interessa ser subjectivo) de Direcções Regionais de Educação. Agora estamos numa fase intermédia: Bastonadas psicológicas com uma promessa de intimidação física ao estilo "PIDE". Não se podem manifestar... Metam isso na cabeça!
Mas não tarda muito para levarmos umas valentes bastonadas na boca, cada vez que levantarmos o "dedo" (às vezes, até apetecia levantar aquele que vocês sabem) para intervir. Mas intervir sobre o quê?! Sobre aquilo que é perfeitamente natural num estado democrático: demonstrar descontentamento, clamar por melhores condições de trabalho... Basicamente para discordar ou reinvidicar...
Mas não fiquemos por aqui, sejamos um pouco mais "idiotas"... Num futuro próximo, não poderemos dar ordem de saída da sala de aulas aos alunos mal comportados, pois o governo após eliminar o insucesso escolar, quererá atingir a meta da erradicação da indisciplina na sala de aula. Como? Se mandas para a "rua" algum aluno levarás uma valente carga de porrada ao melhor estilo do boxe irlandês. É para aprenderem... Não há indisciplina, está entendido?!
Não gosto deste tipo de intimidações de vertente absolutista... Definitivamente.
2 comentário(s):
Eu sou do tempo...em que as contas de dividir eram difíceis de fazer. Cheguei a dividir por 4 e 5 números. Tinha que saber as tabuadas de cor.
Sou do tempo em que levávamos porrada com réguas fortes onde calhava. Não era só nas palmas das mãos.
Sou do tempo em que se chegava a casa com marcas na cara e nódoas roxas por se mijar junto do quadro, ao sentir a mente bloqueada e não meter o resto zero na conta ou só por ter um erro no ditado...
Eu sou do tempo, que se defendia o professor e a culpa era do aluno.
Pois bem, isto vem ao consoante, do tudo ou nada em que vivemos.
A justiça era feita metendo pessoal nas prisões pr apenas parar a jorna e limpar o suor do rosto com as costas sujas da mão... sou do tempo em que a guarda andava a cavalo pelas ruas e as pessoas se metiam em casa com medo. Eu sou da cidade e no campo circundante dava-se duro com a foice... Uma mãe grávida foi ao patrão pedir q aumentasse a jorna e levou com as balas da GNR.
Sou do tempo em que se ouviu um fado "Ó tempo volta para trás" (não me lembro quem cantava, era muito novita). E...o tempo está voltando para trás. Pressões e opressões. Medo de expressar e agir. Contar os euritos e endividar-se. Queixar-se e ser castigado. Etc. Etc.
O único consolo é que já venho um pouco calejada de tudo isso e pouco me espanta o que anda acontecendo.
Espanta-me mais aquele fado ter sido ouvido pelo diabo! E Deus estar surdo para as necessidades de tanta gente. Até quando???
Tenho a certeza de que quem escreveu a letra do fado que referes não se quereria referir a este tipo de "saudade". Mas tenho receio que só tenda a piorar. Vamos esperar... mais dois anos.
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